Publicado em 12-Abr-2017 às 17:08
Futuro está na inovação
Prémio Empreendedorismo e Inovação apresenta nova cara este ano. Das candidaturas esperam-se entidades e projectos inovadores capazes de solucionar problemas reais do sector agrícola, agro-industrial e florestal.
Está lançada a quarta edição do Prémio Empreendedorismo e Inovação do Crédito Agrícola, criado em parceria coma INOVISA, uma associação dedicada ao empreendedorismo e à transferência de conhecimento no sector agrícola, alimentar a florestal.
O prémio foi apresentado em Braga, na 50ª Grande Conferência da AGRO – a maior feira do sector primário do Norte do país e da Galiza. Dos candidatos à edição deste ano esperam-se soluções inovadoras aos problemas reais do sector agrícola, agro–industrial e florestal português.
Licínio Pina, presidente do conselho de administração executivo do Crédito Agrícola, abriu o apetite aos participantes da Grande Conferência quando, logo na sessão da abertura, fez uma pequena introdução do prémio, dando foco especial ao apoio do Crédito Agrícola no investimento, ao compromisso do grupo com a agricultura e à importância dos jovens no processo de inovação do sector: “Os jovens trazem mais competências, mais capacidades e novas ideias. É isso que queremos apoiar.”
Os grandes desafios globais que este sector enfrenta actualmente – alterações climáticas, necessidade de produzir para a alimentação humana, escassez dos recursos, segurança alimentar – tornam imperativo o potenciar da inovação e do empreendedorismo no sector. Juntar este mundo com necessidades e problemas a um mundo disponível para usar a criatividade e ferramentas inovadoras no desenvolvimento de soluções é uma das metas estabelecidas para esta quarta edição do prémio.
“Acredito que esta nova edição vai trazer ao de cima o que melhor se faz e, com certeza, sairão daqui soluções tecnológicas e digitais”
Maria Pedro Silva, coordenadora da área Link da INOVISA
No entanto, o foco não está apenas em soluções deste tipo, porque “inovação não é só tecnológica”, acrescenta a responsável pela apresentação do prémio na conferência:
“Queremos passar essa percepção para o público, de que a inovação não é algo inatingível.”
O objectivo desta iniciativa conjunta é premiar as melhores entidades e projectos relacionados com o sector agrícola, agro-industrial e florestal, valorizando a inovação através de um prémio de reconhecimento com um valor simbólico associado. Porquê acções deste género? “São formas ágeis de premiar o que melhor se faz no país. As entidades posicionam-se no mercado como inovadoras e a inovação é cada vez mais uma aposta do sector”, comenta Maria Pedro Silva.
Agriculutura moderna em cinco pilares
Luís Medeiros Vieira, secretário de Estado da Agricultura e Alimentação, marcou presença na AGRO e anunciou durante a sessão de abertura da 50.º Grande Conferência que “ o grande desafio consiste em tornar acessível aos produtores agrícolas, sistemas produtivos e práticas culturais que permitam induzir num aumento de produtividade através de processos ecológicos menos dependentes e mais económicos do ponto de vista energético”.
Lembrou ainda a necessidade de aposta em políticas de rejuvenescimento no tecido agrícola, tornando-o mais dinâmico e inovador: “Neste domínio apesar de insuficientes, temos bons exemplos de investimentos promovidos por jovens agricultores, que trazem mais competências, mais inovação e uma orientação mais clara para a produção de bens transacionáveis. ”O secretário de Estado terminou o seu discurso com a enumeração dos cinco pilares que considera serem nucleares para a agricultura moderna: conhecimento, inovação, tecnologia, internacionalização e investimento.
Prémio reformulado
Ao contrário do que tem vindo a ser feito nos últimos anos, em que o conceito do prémio era mais abrangente, a edição deste ano do Prémio Empreendedorismo e Inovação segue a estratégia do Crédito Agrícola e foca-se em fileiras estratégicas nacionais: “Quisemos focar em fileiras muito específicas – nas quais Portugal está a apostar e tem produtos, serviços, tecnologias e métodos de excelência. O objectivo é identificar, seleccionar e premiar entidades e projectos com enquadramento nestas fileiras”, explica Maria Pedro Silva.
Assim, as quatro categorias do prémio seguem esta orientação e são: cereais, floresta, hortifruticultura e produção animal.
Há ainda uma outra categoria, Inovação em Colaboração, dedicada exclusivamente a projectos de inovação que envolvam mais do que uma entidade Aqui, entramos quatro “workshops” – denominados Ateliers de Inovação – que se realizam ao longo do ano e que têm como temas as categorias do prémio. Trata-se de formações muito práticas que procuram ouvir e dar resposta às dificuldades sentidas pelos promotores destes projectos de inovação, nomeadamente ao nível do trabalho em equipa, do pensamento estratégico, da comunicação e da disseminação. Associado a tudo isto, existe também um prémio de reconhecimento especial – Projecto de Elevado Potencial Promovido por Associado do CA–, que dispensa candidatura autónoma e que é auferido entre as várias candidaturas que serão submetidas.
Bons negócios nascem para resolver problemas
Mais do que negócios que procuram um mercado interessante para entrar, a INOVISA procura “bons negócios que nascem porque estão a resolver problemas que existem”, comentou Cristina Mota Capitão, coordenadora da área Boost na INOVISA, durante um dos painéis que fez parte do programa da 50ª Grande Conferência da AGRO – “Empreendedorismo e Inovação”.
Para dar resposta aos desafios enfrentados pelo sector, há duas ferramentas importantes que podem ser utilizadas: a digitalização e o móvel. “São poderosíssimas para o sector agro-alimentar e florestal porque permitem criar e desenvolver soluções que vão responder a necessidades e a problemas que o sector tem”, acrescenta Cristina Mota Capitão. Desde a primeira edição do prémio que é perceptível um caminhar para a digitalização, seguindo a tendência mundial. “Utilizar a internet, todo o ‘mobile’ e as novas ferramentas são métodos que agilizam a incorporação de inovação no sector”, afirma Maria Pedro Silva.
Sobre o futuro do prémio, a coordenadora diz que prevê candidaturas melhores, não só em quantidade como também em qualidade.
4 Fileiras estratégicas
4 Ateliers de Inovação
12 Projectos finalistas
O período de candidaturas está oficialmente aberto e decorre até ao dia 24 de Julho. Podem ser feitas pelas entidades através de um formulário online disponível no site do prémio ou directamente nas Caixas de Crédito Agrícola, um processo agilizado de forma a facilitar o acesso por parte dos promotores de inovação.
Para os projectos, o processo de candidatura é diferente, mas não menos simplificado: é feito através de registo nos ateliers, inteiramente gratuitos, também no site.
Em cada “workshop” são escolhidos, entre os participantes, os três melhores projectos, o que perfaz um total de 12 candidatos ao prémio, automaticamente considerados na categoria Inovação em Colaboração. O apoio à inovação e ao empreendedorismo continua a ser o foco do Crédito Agrícola, que volta a abrir as portas do mercado aos empreendedores, produtores e inovadores dos sectores da agricultura, agro-indústria e floresta.