Premiamos quem faz o mundo avançar

Publicado em 11-Abr-2016 às 08:07

“Vencedores das edições anteriores têm sucesso”

No arranque da terceira edição do Prémio Empreendedorismo e Inovação, o presidente do Conselho de Administração Executivo do Crédito Agrícola, Licínio Pina, deseja que a iniciativa possa promover a inovação no sector primário.

 

Reeleito recentemente para um segundo triénio (2016/2018) à frente da Caixa Central de Crédito Agrícola Mútuo, o primeiro mandato de Licínio Pina foi pontuado pelo Prémio Empreendedorismo e Inovação.

Engenheiro florestal de formação, o presidente do Conselho de Administração Executivo do Crédito Agrícola defende, em entrevista a este especial Negócios em Rede, que essas distinções nas áreas da agricultura, agro-indústria, floresta e mar estão a ajudar a dinamizar o sector primário nacional.

 

Da primeira para a segunda edição, o número de candidaturas ao Prémio Empreendedorismo e Inovação decresceu, de 133 para 102. Será isto um sinal de enfraquecimento do tecido empresarial português no sector primário?

O fortalecimento do empreendedorismo no sector primário não deve ser medido pelo número de candidaturas apresentadas, mas sim pelas suas valias económicas e de inovação, que permitam às empresas acrescentar valor ao seu negócio.

 

As empresas premiadas nas edições anteriores revelaram ser boas apostas, continuando a manifestar dinâmica empresarial, ou houve casos de insucesso, devido aos problemas da economia nacional?

Os projectos vencedores das edições anteriores têm tido sucesso, tendo o nosso prémio contribuído significativamente para o seu desenvolvimento e implementação.

 

Que perspectivas tem o Crédito Agrícola para a edição 2016 do Prémio Empreendedorismo e Inovação: mais candidaturas? Mais projectos com sucesso empresarial comprovado?

A nossa expectativa assenta essencialmente na qualidade dos projectos apresentados. Queremos que esta nossa iniciativa possa promover a inovação no sector primário.

 

Como instituição de crédito particularmente bem posicionada ao nível do sector primário, na óptica do Crédito Agrícola, quais são os maiores problemas e desafios que se colocam aos empresários desse sector?

Os desafios principais dos nossos agentes económicos do sector primário são a competitividade e a inovação, que permitem criar sustentabilidade aos negócios.

 

Considera que a aplicação de fundos comunitários no sector primário tem sido bem operacionalizada pelos governos ou há falhas que podem ser colmatadas?

Tudo pode ser melhorado! Estamos praticamente a meio da aplicação dos fundos do Portugal 2020 e o grande desafio dos governantes é conseguir dar resposta a todas as solicitações apresentadas pelos agricultores.

 

 

 

Resultados positivos em 2015 reafirmam resiliência do Crédito Agrícola

 

Num momento particularmente agitado no sector financeiro, com perspectivas de concentração ao nível das instituições bancárias, o Crédito Agrícola está atento a “oportunidades que se encaixem no nosso modelo e na nossa estratégia”. Peremptório, Licínio Pina considera que “o modelo de negócio é a grande razão da resiliência” do grupo financeiro cooperativo que dirige, hoje com 675 agências.

 

O Crédito Agrícola aumentou os seus lucros em 2015, em mais 52% face a 2014. Considera que a instituição soube ultrapassar a crise económica que se abateu sobre o país e a Europa. Qual foi a receita desse sucesso?

A instituição sempre se preparou para os tempos difíceis. O nosso modelo de negócio é a grande razão da nossa resiliência.

 

Nos resultados de 2015, pode-se considerar que o negócio bancário, com uma subida de 130% face a 2014, foi a grande alavanca do crescimento do Crédito Agrícola e o novo rumo do seu negócio?

A grande alavanca do negócio do Crédito Agrícola foi a grande dedicação e empenho de todas as Caixas Agrícolas, materializado pelas pessoas que as dirigem e nelas trabalham, com um grande esforço na prestação de um serviço bancário único no país face à sua atomizada rede.

 

Tendo sido goradas as negociações para a compra da rede BBVA-Portugal, o Crédito Agrícola continua interessado em crescer através da aquisição de outros bancos?

Se houver oportunidades que se encaixem no nosso modelo e na nossa estratégia, sim, estamos.

 

Como vê o Crédito Agrícola as perspectivas de concentração na banca portuguesa, tendo em linha de conta os problemas conjunturais e estruturais da economia nacional?

A banca nacional está a passar por novos desafios, cuja concentração é um deles. Da nossa parte, vemos como positivo o movimento de consolidação que permita às instituições dar respostas mais eficientes ao mercado e permita uma melhor concorrência.

 

A perspectiva da “espanholização” da banca nacional, sentida como uma potencial ameaça por sectores da sociedade civil e do poder político, incluindo o próprio Presidente da República, preocupa o Crédito Agrícola?

Não preocupa. Se os bancos necessitam de capital, pois que sejam capitalizados por quem puder e estiver disponível, dentro das regras de mercado. Não vejo nenhum domínio de Espanha. Já temos investidores de várias geografias, portanto, não sei qual a preocupação.